I like the way you are

Raramente me lembro de vós
meus amores eternos
e já nem sei quais foram os sonhos
que juntos tivemos...

Mas há dias em que vos recordo
meus misteriosos amigos
há dias em que só queria estar ai
no aconchego da vossa voz...

Tenho pena de não vos lembrar mais
e de não vos ter dado
tudo o que mereciam de mim...

Tenho pena de não ter conhecido o rio dessa cidade...
nem os seus muitos encantos...

Tenho pena de não ter acarinhado
os meus eternos amigos
que me teriam mostrado
quais os melhores abrigos...

Arrependido/Perdido

Pensei em ti
enquanto dormia esta noite
e sonhei
o que seria a minha vida
contigo...

Pensei em ti
em todos os nossos problemas
e percebi
o que realmente nos faltou...

Pensei em ti
naquilo que sofreste por não me ter
e percebi
que sofremos em vão...

Pensei em ti
estando ao meu lado só um dia
e percebi
a utopia que seria amar-te

Pensei em ti
e decidi escrever-te este poema
e percebi
que afinal amar-te não seria um problema...

Carta de despedida?

Já não faz sentido continuar assim, Perdido
não vale a pena tentar ser perfeito, Sozinho
já não sei se desisto de mim, Agora
ou se me deixo levar pelo defeito, Renasço

Perdido e sem sentido desfaleço,
Sozinho e triste caio desfeito,
Agora não faz sentido um recomeço,
Renasço mas continuo sem jeito!

Desisto?







NÃO!

Secção de Anúncios

Sou um poeta perdido....

Procura-se imaginação, novos segredos e novos rumos...

Novos sumos prosaicos, novos poetas palacianos?

É favor deixar aqui a sua ajuda...

Um simples rasto de carinho chega para despoletar uma nova ganância em mim...

Ganância, entenda-se por inspiração para inspirar os outros!


Obrigado!

Eterno...por hoje!

A chuva cai como se o tempo não parasse,
como se eu não me lembrasse de ti,
cai como se tu aqui não estivesses,
cai como caía na primeira vez que te vi!

O soprar do vento move as folhas,
e enquanto tu moves os lábios,
eu rebento as bolhas...
eu ensino os sábios...

Ao longe vejo as falhas,
vejo o tempo da escuridão,
tento corrigir as minhas gralhas,
com um papel, um lápis e a minha mão!

Mas falta sempre um carinho,
que tu me reclamas na primeira chance,
acabo sempre sozinho...
no nosso eterno romance!

Midnight rain paradise

Tell me what is wrong with me?



Mir sagen, was falsch ist mit mir?

Кажи ми какво не е наред с мен?


Řekni mi, co se děje se mnou?
Fortæl mig, hvad der er galt med mig?


Kerro minulle, mikä on vialla?

Πες μου τι είναι λάθος με μένα;

Vertel me wat is er mis met mij?

Iliada...(dedicado a quem me acha poeta)

Sou um lutador renascido nos ventos do norte, nos ventos da morte,
perdi tudo o que fiz, e não morri por um triz,
sou um cavaleiro andante, por vezes distante, por vezes errante,
fiz magia com os dedos, matei alguns medos, escondi segredos,
e sou ainda inacabado, procuro um raro ideal ainda codificado.

Não sou mais do que um simples mortal, quase sempre banal,
sou apenas mais um neste silêncio tardio, sobrevivo por um fio,
por pouco não me sufocam as letras e não me perco nas rectas.

Que silencio.

Falem para mim mortais,
o luz do sol ficou no sul do mundo,
as rimas que vos escrevia morreram,
e eu,

mero condenado,

morri!

"Nada podemos contra ela, não há força que a vença, só se pode fugir."

A minha arma é um poema

Estou de volta do mar do sul,
onde perdido me encontrei,
choro ao longe esse mar azul,
onde um dia regressarei!

Eu não morro com uma mera facada,
eu morro por tudo e por nada...
sinto uma dor no fundo do ser,
sinto a morte a tentar-me comer!

Mente de crime, pistola armada
sem balas me tentaram calar...
desvio o meu corpo da tua espada
quero quem me possa ressuscitar!

Cinzenta tarde de verão

Um simples olhar em frente,
uma simples escada cinzenta,
vejo bem toda esta gente...
tristeza que me desalenta.

Os novos vão em corrida,
os mais velhos em passos lentos,
marcas de uma longa vida...
feita de poucos alentos!

Quais serão os seus segredos?
Serão eles felizes nesta vida?
muitos no rosto trazem medos,
trazem no corpo uma ferida!

Alguns, já sem sonhos para sonhar,
apenas com dias infindáveis...
alguns nunca chegaram a amar,
levam consigo poucos dias memoráveis!

E aquele bebé que chegou agora?
qual será o seu destino?
sorrirá tanto quanto chora?
ou viverá como mais um clandestino?

Já as vejo a saírem pelos teus olhos,
esse teu ar de quem nunca sonhou...
procura novos caminhos aos molhos...
ir por onde eu já fui nunca chegou!

Quem és tu que me iluminas?

Podem vir os mais difíceis ventos,
as piores das grandes tormentas...
os teus beijos serão sempre suculentos,
iluminarão as tardes cinzentas!

Já vão longe os primeiros dias,
vão longe as primeiras palavras...
as noites já não são tão frias,
e as tristezas são tão raras!

O nosso amor não tem fim,
está sempre no seu melhor...
continuas a ser tudo para mim,
temos o melhor do amor!

Este não passa de mais um dia,
no nosso amor perfeito...
bem sabes que sem ti morria,
e a minha vida não teria jeito!

Só mais uma coisa te digo,
a alegria invade toda a atmosfera...
eu sou perfeito contigo,
és o meu amor e a minha fera!

Sonhar não faz mesmo mal a ninguém

Resposta ao desafio da Ana: Oito sonhos que gostaria de realizar antes de morrer!

Sonhos que tenho para contar
podiam ser inúmeros momentos
mas apenas oito vim aqui deixar
para vos mexer nos lamentos

O sonho um não podia ser mais lógico
ser um pássaro e bem alto voar,
o segundo é meramente analógico
e seria o tempo poder parar!

Com o três vêm os países e cidades
onde sempre sonhei um dia estar
sonho olhar para todas as verdades
e dizer que fui até ao fim do mar!

Ser poeta seria o quarto sonho
e as outras pessoas deliciar
com o meu talento risonho
queria ensinar alguém a amar!

Descobrir algo de novo e deslumbrante
seria o perfeito quinto desejo
e fazer algo belo e brilhante
é o que na vida mais almejo!

Começa a ser difícil escrever
os restantes sonhos em mente
o sexto poderia facilmente ser
viver feliz eternamente!

O sétimo é fácil de descobrir
basta ser minimamente diferente
seria num barco fugir
e voar, para a lua, num repente!

Só falta um, finalmente
objectivo cumprido
quero mudar esta mente
e ser para todos um bom amigo!

Cinco minutos de puro prazer

Percorri milhares de metros
para chegar ao cimo de ti
soei, tive dores de morrer...
Pensei ser impossível chegar a ti
naquele dia em que sofri
naquele dia em que quase morri
de prazer...

Chegado ao local da verdadeira partida
olhei-te do cimo ao sopé
e pensei o que seria uma vida
sempre a percorrer tuas curvas
que se multiplicam
como cachos de uvas...

Não pensei nem um segundo
e lancei-me a alta velocidade
por teu corpo nu e curvilíneo
e nem o supro do mundo
parou o meu declínio...

Experiência quase transcendente
estar ali a percorrer-te
e de repente...
como que a flutuar...
ao avistar o rio,
ao ver que a viagem tinha terminado
percebi que não te cheguei a amar!

Mas eu voltarei a ti...para te amar eternamente...sobre duas rodas!

Aprender a ser poeta

De onde vens tu meu ser inconstante?
cravado a diamante, pérola preciosa
por onde segues sozinho ser crucificado,
nesse manto alado de luz perigosa?

Conta-me por onde andaste estes dias
onde passaste as noites frias, do inverno passado?
conta-me como foste tu tão longe num só lamento
mostra-me cada momento em que foste aprisionado

Viste os rios e os sóis do leste do mundo?
conseguiste ir ao fundo, do nosso paraíso?
não te perdeste em tal viagem falhada?
viste o sol da madrugada sempre com um sorriso?

Sei que a lua te guia nessas noites nubladas
te mostra várias estradas, cheias de rosas
mas tu nem sempre vais por caminhos brilhantes
gostas mais de seres inconstantes cheios de prosas

Agora rende-te a este poeta obscuro
encosta o corpo ao muro, entrega-te a mim
põe as mãos prontas para a prisão
pois, queiras ou não, gostas de mim assim!

Time goes by you

Às vezes penso se vale a pena seguir para Jupiter
de onde se vê bem a terra e as suas cores
parece-me mais fácil ficar junto à lua
e chorar no seu ombro escuro

Às vezes penso se vale a pena voltar à terra
de onde te posso ver com teu olhar azul
parece-me mais fácil ficar por Jupiter
e lembrar teu sorriso maduro

Às vezes penso se vale a pena voar para ti
de onde vejo o futuro tão brilhante
parece-me mais fácil morrer aqui
e recordar apenas o mais puro

Às vezes penso em ti e nos teus lábios
de onde nunca devia ter saído
parece-me mais fácil desistir
e deixar as memórias sozinhas

Às vezes não o devia dizer só a ti em segredo
de onde as memórias nunca saem
parece-me melhor abrir a janela
e gritar em plena voz...

I'm not dead...I'm just living in my head!

Prosa?

Curiosamente, hoje acordei antes do sol
e ao deparar-me com o escuro da noite vi bem longe uma nova estrela
que ao ver-me assim tão perto me confessou o que lhe ia na alma
"tenho sonhos por sonhar, e não sei onde os deixei"

Estou aqui, onde o tempo se faz tarde
e sem preocupações sigo uma árvore que se desvia do vento,
essa mesma árvore que um dia me alimentará.

Eu que um dia pensei ser poeta ou trovador
não posso deixar de mostrar o meu desagrado pelo caminho que tomei
fui tão longe, e poderia achar o que queria mesmo ali
ao virar de uma esquina já conhecida

Para dizer a verdade, seria muito mais feliz se estivesse aqui sempre
neste banco que sempre me acolheu
e de onde vejo todos os dias o passar do tempo
ele sim percebe a beleza desta vida, das flores e do vento

Quero tanto ir tão longe, mas daqui não quero sair
tenho medo do desconhecido
tenho medo de perder a alma que sempre tive e os sonhos que sonhei

E nem mesmo uma estrela nova me poderá mostrar um novo rumo...
O caminho já eu escolhi há muito
Sozinho ou contigo a meu lado...serei sempre um poeta sem medalhas!

Simples(Mente)

Simplesmente doem-me os ossos
a força que me resta já pouco me dá
o peso que trago nas costas não me larga
tenho restos de ti espalhados pelos destroços
que ficaram aqui desde aquela bela manhã
em que juntos nos amamos em praga

Simplesmente me falham as cordas vocais
e o rasto do silêncio arrasta-me para a falésia
as pernas não me levam ao caminho desejado
sinto então que tenho destroços de mais
e acabo por decorar toda uma vida numa milésima
enquanto me maravilho com um novo achado

Simplesmente fico com o pensamento partido
vejo as letras fugirem-me pela mente
e sinto o suave doce da palavra perdão
penso então que não chegava estar ferido
preciso de mais do que uma dor urgente
perco-me numa linha feita à mão...

Trova forçada

Já viste o vento que te levanta os cabelos?
e o sol que te ilumina o olhar?
diz-me se viste como são belos
esses versos que te fazem sonhar

Já viste a lua quando sorri?
e a brisa do mar salgado?
diz-me se viste o poema que fiz para ti
inspirado num simples recado...

Sereia do sul


Moro numa rua pequena
onde nunca chegou o mar
e vejo com muita pena
o barco que passa sem parar

Ao longe vejo o deserto
onde moram as sereias
e às vezes parece tão perto
que o mar me molha as ideias

No sul do meu pensamento
mora uma ninfa enfeitiçada
em mim mora o lamento
de para o sul não haver estrada

Fica tão longe a tua ilha
onde juntos nos amaremos
mas ando a traçar a trilha
por onde juntos correremos

Moro numa cidade invisível
onde o horizonte foge da terra
mas tenho uma tela incrível
onde tento apagar a guerra

Os que vivem nesta rua
morrem cedo e por amor
e a culpa é sempre tua
mata-me lá por favor!

Maré


Perdido num barco
sem mar nem velas ao vento
sinto o ar, perco o meu puro alento
Num mar embarcado
fujo do caminho dessas ondas impuras
e bem longe consigo ver as nuvens escuras


Por onde andas minha avenida?
as horas que passam não te trazem
estou tão longe da tua margem
Por onde anda a tua beleza querida?
por onde anda o teu pensamento?
foi de barco sem rumo o meu lamento

Fiz de ti toda a lua no céu
sem oxigénio matei um suspiro triste
quis tudo o que no mundo existe
Fui eu quem por ti morreu
mesmo não tendo lugar para teu corpo
tento ter-te sempre, paro em cada porto

A bombordo vejo Paris
vou além dos mares do norte
tento encontrar a minha sorte
Mas morre logo na raiz
essa viagem que sempre sonhei ter
ato a corda que se estava a romper...

Futuro

Lutem agora que têm batalhas
meus companheiros da tristeza
passem por todas as altas muralhas
atrás delas está toda a beleza

Agora sim temos novos desafios
podemos mostrar ao mundo o nosso ser
mas teremos de nadar e passar os rios
podemos até ter de lutar até morrer

Com a força mataremos o desgosto
tentaremos voar por outros céus
só com um sorriso no rosto
levantaremos os mais pesados véus

Na procura incessante do segredo
perderemos muitos fortes combatentes
lutaremos contra o nosso próprio medo
mas venceremos muitas chuvas dissolventes

Vamos meus eternos camaradas
agarremos com força o novo mundo
criem comigo essas renovadas estradas
mergulhem no oceano mais profundo

Chegaremos então ao mais belo paraíso
cheios de alegrias e novas esperanças
e com um eterno e inesquecível sorriso
viveremos com as mais belas lembranças


Para aqueles que estiveram lá quando foi preciso!!!

Poema a dois

Parti, deixei-te um poema novo
parti, mantive o mundo como um todo
deixei, um rasto de lágrimas geladas
deixei, uma série de histórias inacabadas

Partiste, levaste contigo a tua rima
voei, lembrando teu rosto de menina
deixaste, a noite nobre que não houve
falei, dei-te a música que ninguém ouve

Acabo, nos teus olhos reflectido
acabo, num poema imperfeito
e deixo, neste poema mal construído
um pouco de amor e carinho ao nosso jeito!

Profundo poema

Saudades de ti eu tenho,
tristezas em ti não sei
morrer de amor quando venho
carinhos para ti criei.

És tu que cruzas o mar,
em unicórnios cavalgantes
ainda estou para criar
teus cabelos longos e brilhantes.

Deixas em mim esse crer,
fazes do mundo um achado
ao teu lado para não sofrer
fico calmo, feliz, maravilhado.

Minha eterna salvadora,
mulher perfeita...princesa
acho que chegou a hora
de me render à beleza.

Amor primeiro e eterno,
companheira do meu mundo
só quero um sorriso terno
quando leres este poema profundo!

Ad Eternum

Desde o primeiro olhar,
logo no primeiro momento...
vi que tinhas para dar,
mais do que simples alento...

Devagar foste entrando,
abri a porta com receio...
e o teu rasto foi deixando,
meu olhar partido a meio...

Foram duras e sofridas,
não pararam de sangrar...
exorcizo essas feridas,
que não consigo curar...

Mas voltamos sempre lá,
àquele primeiro olhar...
e por muito que eu não vá,
continuas a tentar...

E eu deixo a porta aberta,
pronta para a reentrada...
e uma coisa é certa,
serás sempre a minha fada...

Manhã

De manhã beijo teus olhos,
vejo teus longos cabelos...
mas por ver assim teus olhos,
às vezes não consigo vê-los...

De manhã crio teu rosto,
crio o teu novo olhar...
mas teus olhos não têm rosto,
não têm brilho nem amar...

De manhã guio teu rumo,
guio teu andar suave...
mas teu andar não tem rumo,
és livre como uma ave...

De manhã eu fico louco,
mostro-te o paraíso...
essa tua voz bem rouca,
faz-me perder o juízo...

De manhã dou-te a vida,
dou-te mais que uma trova...
essa tua voz sofrida,
não é velha nem é nova...

De manhã me perdi hoje,
de manhã me encontrei...
de manha vejo quem foge,
de manhã eu sou um rei!

Eu não sou quem quero ser

A tristeza invade meu sentido,
deixa uma leve linha no mapa...
a tristeza deixa-me perdido,
é ela que com calma me mata...

Sozinho passo ao lado,
dos mais solenes momentos...
sinto-me petrificado,
choro só os meus lamentos...

Sou mais que puras linhas,
tenho mais que uma voz...
tristezas eu tenho as minhas,
sinto o ar matar-me a voz!

Perdi? (o poema prometido)

Eu sei que não te perdi,
que nunca te abandonei...
eu sei que continuas aqui,
que és quem eu sempre sonhei...

Eu luto com os sentidos,
entrego os meus sentimentos...
podemos não estar unidos,
mas teremos os nossos momentos...

E tu sais por aquela porta,
nem sequer teu olhar restou...
nada mais na vida me importa,
estou aqui...a ti me dou...

Eu quero-te no meu jardim,
não posso mais te perder...
podes fugir sempre de mim,
mas não apagas o meu querer...

Aquele luar que eu adoro,
não me deixará sozinho nunca...
porque na rua onde eu moro,
tudo é um mar de felicidade junta...

A rua da minha bela infância,
sempre me deu o que eu queria...
nela não há fúria nem ganância,
só ela me dá paz e alegria...

Foi lá que um dia te conheci,
que mil e uma histórias te contei...
foi nela que chorei e que sofri,
foi nela que sem tristeza te amei...

Agora que a rua está deserta,
já não consigo ver o futuro...
e aquela porta ainda aberta,
transformou-se num grande muro...

Vai..leva tudo que te dei,
já não sei se te perdi...
já não sei se me deixaste aqui,
já nem sei bem se te amei...

Desejo

Eu queria ser poeta,
criar um mundo melhor...
e com poesia discreta
vos mostrar o que é o amor...

Fazer um mundo melhor,
inventar novas vidas...
e com todo esse amor
vos curar as feridas...

Com letras de encantar,
vos mostrarei a verdade...
e com esse novo amar,
ganhareis uma nova vontade!

Não gastes as tuas lágrimas


Que lágrima é essa que trazes aí?
Quem foi o autor desse eterno drama?
Quem foi que te fez chegar aqui?
Quem foi ele, autor de tamanha trama?

Diz-me se foi um bandido imperial,
se foi um verdadeiro troiano...
ou foi um poeta genial,
daqueles que choram o ser humano!

Se foi o amor que te rasgou,
se foi o carinho que te roeu...
diz-me se foi ele que te matou,
ou se foi ele que de ti se perdeu!

Mus(a)ica para simples ouvidos

Horas e horas perdidas,
à procura das palavras certas...
horas e horas perdidas,
mas agora vejo portas abertas...

Foram milhares de letras,
muita tinta escorrida...
foram lutas incorrectas,
para uma só vida...

E foram sempre tremidas,
essas linhas que escrevi...
foram longas e sofridas,
foram as mais duras que já vi...

Mas escrevi-as por alguém,
sempre as fiz com muito gosto...
nunca as mostrei a ninguém,
escondias atrás de um rosto...

Cheio de tristeza senti,
mil passos me atacar...
e mil e um dias vivi,
procurando saber te amar...

Tu não me quiseste perto,
recusaste a minha voz...
criaste em mim um deserto,
onde nos esqueceremos de nós...

A sede que vou sentir,
será utópica dor infinita...
a luz que reflectir,
nunca passará daquela terra maldita...

Terra onde vivi sonhos,
que ninguém sonhou sonhar...
e foram dias medonhos,
que me tentaram matar...

Mas eu lutei mais forte com a alma,
fiz tudo para sobreviver...
mas não encontrei a certa calma,
que me traria feliz morrer...

E foi sem nada nas mãos,
que me lancei no vazio...
fiquei com sabor a limão,
vi a minha vida por um fio...

E pensei que o fim tinha chegado,
que a lua tinha desaparecido...
fui ali crucificado,
fui sempre mal entendido...

Mas a luta continua,
amanhã é outro dia...
vou sair bem para a rua,
vou viver com alegria...

Vou ser mais suave e leve,
vou matar com o meu canto...
vou mostrar que um suspiro breve,
pode ser um grande manto...

Vou transformar esse manto,
numa casa acolhedora...
vou-te mostrar o meu canto,
eterna musa inspiradora...

E não vou mais morrer sozinho,
vou morrer da eterna dor...
vou morrer do teu carinho,
vou morrer no teu amor...

Verdade ou mentira?

És mais do que previsível,
fazes sempre o mais fácil,
queres-te tornar visível,
mas não passas de volátil...

És diferente, admito,
mas às vezes isso é pior,
fica aqui bem por escrito,
tu não serves...sou melhor!

Feliz de quem...

Não é fácil definir este amor,
esta minha alegria!
Contigo não sinto dor,
amo-te mais a cada dia!

Vejo agora claramente,
o que quer dizer amar!
Sinto-me muito diferente,
tenho muito amor para dar!

Concentro toda a minha vida,
no teu sorriso brilhante!
Posso até não ter comida,
mas tenho-te, meu diamante!

És a musa derradeira,
a eterna inspiradora!
És a paixão verdadeira,
queria-te aqui agora!

Queria beijos e sonhos,
versos feitos com perfeição!
Mas só tenho esses teus olhos,
para iluminar o serão!

És tudo que tenho aqui,
serás o amor até ao fim!
Eu gosto muito de ti!
E tu também gostas de mim?

O inicio de tudo

Preciso de inspiração para o mais simples verso...
pura limpeza de sentidos, pura luminosidade dos perdidos...

Fui um dia um peregrino,
por luas e astros distantes...
fui e ainda sou menino,
dessas noites mais brilhantes

Sou o novo poeta,
cheio de renovadas esperanças...
sou e serei eternamente,
o dono das minhas lembranças

Partilho aquilo mais simples,
meras linhas mal formadas...
partilho o mais distante,
silêncios, versos e rimas aladas

Por entre todas as trovas...
procuro um novo mundo, terras novas!

Mas, sou um mero aprendiz,
sou imperfeito, escrevo a giz...
escrevo e descrevo a solidão,
mero aprendiz do mestre, António Gedeão

Procura sem fim

Sem risco procuro a linha
Procuro o sol e o luar
Sem linha corro o risco
de nunca mais me encontrar...

Sem rumo procuro o fim
Procuro a terra e o céu
Sem fim perco o rumo...
já não sei bem quem sou eu

Sem olhar procuro a luz
procuro o dia e a rima
Sem luz não sei olhar
Perco-me nela...
Re-escrevo a minha sina

Bala maldita...


Hoje o dia começou azul,
como as ondas do mar...
o vento corria para sul,
poucas nuvens corriam o ar...

O calor que se sentia,
percorria toda a terra...
mas ao longe já se via,
uma réstia de terror e guerra...

Com o tempo em andamento,
o dia escureceu...
e um simples pensamento,
toda a vida comprometeu...

Foi num rápido e sereno,
momento de desilusão...
que perdeste o teu seno,
estragando a equação...

E partiste pelo céu,
na direcção desse mar...
e num momento só teu,
mil lágrimas nos fizeste chorar...

Volta pelo teu caminho,
re-encontra a tua paz...
te esperamos com carinho,
sabemos que és capaz...

Esta vida ainda é tua,
re-escreve o teu viver...
por mais que ela seja crua,
não vale menos que um morrer...

Força H...

Uma bola de cristal

Quando andamos desolados
tornam-se raros os caminhos,
somos sempre mal amados,
só queremos ser sozinhos...

Perfeito seria encontrar a solução,
conseguir chegar ao fundo,
vaguear na ilusão,
num sopro correr o mundo...

Olhar para o horizonte,
ali mesmo onde acaba a terra,
juntos seremos uma fonte,
levaremos paz onde houver guerra...

Seremos então muito mais,
mataremos muita dor,
e ao criar novos ideais,
re-inventaremos o amor.

Alma nua

Olhos cheios de loucura,
cheios desta cegueira...
dias longos sem ternura,
passados da pior maneira

Sou um mero criador,
de mapas à mão desenhados...
procuro um salvador
que me conte o amor
como os iluminados

Tu és tudo nesta vida
eu sem ti não sou mais nada
já não me dói a ferida
ao longo da madrugada

Tu que não viras a cara,
mesmo não tendo alegria...
tu és a pérola mais rara,
por ti mil e um castelos erguia

Tu que sabes das estrelas,
e dos contos de encantar...
esta é das histórias mais belas,
que terás para contar

Escreve tudo na lua,
diz a todos a verdade...
a minha alma é tua,
podes usa-la à vontade...

Meras conquistas

Tu és meio caminho andado para a perdição,
neste mundo cheio de ternura...
tu és tudo nesta solidão,
tu minha insana loucura

Tu és a fénix renascida,
das cinzas recriada...
tu és tudo na vida,
és uma princesa encantada

Tenho magia nos dedos,
sem pincel faço uma linha...
conto os meus maiores segredos,
junto a tua vida à minha

Viveremos juntos,
para sempre ou talvez menos...
não seremos só defuntos,
teremos dias amenos

Caminhemos de mão dada,
com o nosso olhar cruzado...
a carta está jogada,
não queiras lançar o dado

Sejamos então realistas,
e digamos a verdade...
a vida são meras conquistas,
que só chegam com a idade!

Caminhos perdidos


Tenho diversas moradas, escondidas por aí!
Sou um pássaro encantado, vivo aqui e ali!
Sou dos becos mais profundos, das terras mais improváveis!
Sou e vivo outros mundos, tenho eus inesgotáveis!
Vagueio por entre os ramos, perco-me a cada esquina!
Não compreendo estes humanos, teu simples olhar de menina!
Remo contra ventos e marés, corro por simples corridas!
Se ele me deu uns pés, porque tenho eu estas feridas?
Faltam tantas aventuras, cheias de novas paragens!
Faltam-me eternas ternuras, quero encontrar novas margens!
Um homem nunca foi feliz por ser só, nem por um breve instante!
Nesta imensidão sou pó, sou apenas cavaleiro errante!

Morrer metricamente


Põe-me triste que eu hoje quero escrever o verdadeiro verso...
diz-me a verdade que me dói e me deixa submerso!
Mata-me com ferros, tira-me esta vida...
mata-me com uma rima métrica, curta ou comprida!

Afasta-te de mim só mais um pouco
Que eu ando mesmo a ficar louco...
mas porquê esta desmesurada loucura?
Se um dia tu me ofereceste a verdadeira ternura?

Eu escolho o caminho mais difícil e complicado...
eu vou pela lua e demoro mais um bocado...
Eu vou à volta e não encontro o meu rumo...
Não sei se luto ou se me esfumo!

Mas o meu reino, esse eu sei, nele te encontro, nele sou rei!
Mas o destino podes ser tu... tu que és a minha querida...
Tu que com ferros matas e não deixas curar a ferida...

Mil e uma noites


Mil e uma noites eu passei, sem luz nem alegria...
Mil e uma noites passaram num único dia!
Por mil e um caminhos andei sem rumo e sozinho...
Em mil e um caminhos errei e não encontrei o carinho...
Mil e uma maravilhas ergui numa terra longínqua e distante
E fiz isso só por ti...
Por ser o teu fiel amante

Sol(amente)

Olha o sol que te ilumina!
Esconde-te do escuro que te segue,
da solidão que te atormenta,
da dor que te enlouquece...
E imagina... O que seria...
A luz da lua no teu corpo,
a brisa leve sem desgosto a bater em ti...
Num dia nobre e sem tristezas...

Re-encontrado

Eu vi o mar e as areias!
Vi peixes e vi sereias!
Fugi do céu que me seguia,
Fugi da luz que me batia!
Passei por mil vales e montanhas,
vivi alegrias tamanhas!
Corri quilómetros por estradas,
perdi imensas madrugadas!
Só por ti, amor gigante,
só por ti fui num instante
onde nunca tinham ido
ver o que nunca sonhei ver!
E encontrei um sonho!

O sonho de te ter...