Maré


Perdido num barco
sem mar nem velas ao vento
sinto o ar, perco o meu puro alento
Num mar embarcado
fujo do caminho dessas ondas impuras
e bem longe consigo ver as nuvens escuras


Por onde andas minha avenida?
as horas que passam não te trazem
estou tão longe da tua margem
Por onde anda a tua beleza querida?
por onde anda o teu pensamento?
foi de barco sem rumo o meu lamento

Fiz de ti toda a lua no céu
sem oxigénio matei um suspiro triste
quis tudo o que no mundo existe
Fui eu quem por ti morreu
mesmo não tendo lugar para teu corpo
tento ter-te sempre, paro em cada porto

A bombordo vejo Paris
vou além dos mares do norte
tento encontrar a minha sorte
Mas morre logo na raiz
essa viagem que sempre sonhei ter
ato a corda que se estava a romper...

1 comentário:

Ana disse...

Eu gosto sempre de saber de onde surgem as idéias para as tuas linhas, já sabes... mas neste caso não é isso que me chama mais à atenção, é mesmo o conjunto em si.

Consegues escrever como queres, quando queres, está percebido;)