Sereia do sul


Moro numa rua pequena
onde nunca chegou o mar
e vejo com muita pena
o barco que passa sem parar

Ao longe vejo o deserto
onde moram as sereias
e às vezes parece tão perto
que o mar me molha as ideias

No sul do meu pensamento
mora uma ninfa enfeitiçada
em mim mora o lamento
de para o sul não haver estrada

Fica tão longe a tua ilha
onde juntos nos amaremos
mas ando a traçar a trilha
por onde juntos correremos

Moro numa cidade invisível
onde o horizonte foge da terra
mas tenho uma tela incrível
onde tento apagar a guerra

Os que vivem nesta rua
morrem cedo e por amor
e a culpa é sempre tua
mata-me lá por favor!

1 comentário:

Ana disse...

Mar? Fazes é lembrar a beleza do Rio Douro... mas aí não há sereias... e fico por aqui, já que o blog é de poesia...